segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

DADOS HISTÓRICOS SOBRE PATROCÍNIO PAULISTA


                                                                                                Palmira Luiza Novato Faleiros

No início do Século passado famílias de garimpeiros, originários de outras regiões de mineração se estabeleceram em núcleos clandestinos na confluência dos rios Santa Bárbara e Sapucaizinho, na região conhecida como Barro Preto e ali fundaram uma povoação a que chamaram de Santa Bárbara das Macaúbas.

Em 1833, como o número de habitantes de Santa Bárbara era suficientemente grande, criou-se a Freguesia e Distrito de Santa Bárbara das Macaúbas, o segundo da Vila Franca, instalado a 1º de julho daquele ano.

Os garimpeiros não se preocupavam com a agricultura e por isso arrasavam os terrenos marginais dos rios, o que levou ao descontentamento dos fazendeiros, que liderados por João Cândido dos Reis, fizeram uma petição ao Governo Provincial para que os impedisse de continuar ali. O resultado disto foi a extinção do arraial segundo documentos que constam do Arquivo do Estado de São Paulo (1).

Por estes documentos tomou-se ciência de que a freguesia não foi destruída por tropas vindas de Franca, como constava da tradição oral, mas que os garimpeiros, após serem notificados pela autoridade competente, se retiraram em 1855 (2), sem impor resistência e seus ranchos foram, mais tarde, queimados pelos fazendeiros.

Os garimpeiros não desanimaram e voltaram a se arranchar as margens dos rios Santa Bárbara e Sapucaizinho, o que provocou, por parte dos fazendeiros, novo pedido ao Presidente da Província para a expulsão dos invasores, que foram notificados a 26 de fevereiro de 1862, para que dali saíssem (3), o que fizeram pacificamente. Isto foi verificado pelo oficial de Justiça em 15 de março do mesmo ano, expedindo documento relacionando o nome de todos os garimpeiros que ali se encontravam.

Assim, perseguidos, os garimpeiros subiram o Sapucaizinho vindo a se instalar às suas margens, já em terras pertencentes à fazenda do Turvo, onde hoje se localiza a cidade de Patrocínio Paulista.

A notícia da existência na região de grande quantidade de pedras preciosas provocou um grande afluxo de pessoas desejosas de se enriquecer, o mesmo acontecendo por época do recrutamento para a guerra do Paraguai, o que provocou a vinda de grande número de foragidos para cá, onde passavam a se dedicar ao garimpo.

A Povoação cresceu rapidamente o que levou ao Monsenhor Cândido Rosa a animar a população a fazer uma doação de terra à fábrica da Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio. Os garimpeiros e toda a população do local, liderados pelo Sr. Joaquim Carlos Monteiro fizeram uma subscrição pública e com o produto da mesma adquiriram uma parte de terras da fazenda do Turvo, então pertencente ao Major Antônio Joaquim do Nascimento, fazendo doação do terreno adquirido a Nossa Senhora do Patrocínio (5)

Em 30 de março de 1874, a lei Nº. 17, promulgada pelo Presidente da Província, Dr. João Teodoro Xavier, elevou a povoação à Freguesia e suas divisas com a paróquia de Franca foram aprovadas por atos da mesma presidência em 13 de maio de 1875.

A Lei Nº. 23 de 10 de março de 1885, assinada pelo Presidente da Província Dr. José Luiz de Almeida Couto, elevou a antiga povoação à condição de Vila com o nome de Vila de Nossa Senhora do Patrocínio do Sapucaí.

A 10 de dezembro de 1887 foram eleitos os primeiros vereadores que tomaram posse a 28 de janeiro de 1888, passando a município nesta mesma data.

Em 25 de agosto de 1892 pela Lei Nº. 80, a Vila de Nossa Senhora do Patrocínio foi elevada à categoria de comarca e cidade pelo governo de São Paulo.

A 1º de janeiro de 1949 o antigo “Garimpo do Sapucaí” passou a chamar-se Patrocínio Paulista, de acordo com a Lei Nº. 233 de 24 de dezembro de 1948.

Por volta de 1890, em função dos garimpos de Patrocínio Paulista surgiu a seis quilômetros desta cidade um povoado cujo patrimônio formou-se graças às terras doadas a Nossa Senhora Aparecida, por Antônio Beltrudes e outros (8).

O Distrito de Paz de Itirapuã foi criado e incorporado à comarca de Nossa Senhora do Patrocínio do Sapucaí pela Lei Nº. 751 de 14 de novembro 1900, ficando ligado à Patrocínio até 24 de dezembro 1948 quando a Lei Nº. 233 criou o município de Itirapuã.

Hoje Patrocínio Paulista possui apenas o distrito de sua Sede.



NOTAS BIBLIOGRÁFICAS



1 - Documentos do Arquivo do Estado de São Paulo – Cx. nº 226, nº de ordem 1021 de Ofícios Diversos de Franca, pasta 1855. Publicados nos Anais do VII Simpósio de Professores Universitários de História, Volume III, pag. 1604.



2 - Segundo documentos do Arquivo do Estado de São Paulo, in Anais do VII Simpósio de Professores Universitários de História, Volume III, pag. 1604.



3 - Processo localizado no Cartório do 1° Ofício de Patrocínio Paulista, maço nº1, in Almanaque Histórico de Patrocínio Paulista, 1986, pag. 69.



4 - in Almanaque Histórico de Patrocínio Paulista, 1986, pag.20 e in Anais do VII Simpósio de Professores Universitários de História, Volume III, pag. 1604.



5 - Documento de doação passado no Tabelionato de José Ferreira Mendes em Franca a 14/06/1869, in Anais do VII Simpósio de Professores Universitários de História, Volume III, pag. 1604.



6 - in Almanaque Histórico de Patrocínio Paulista, 1986, pag.33 e 34.



7 - Nome não oficial, usado popularmente até a criação da freguesia.



8 - in Anais do VII Simpósio de Professores Universitários de História, Volume III, pag. 1709.

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá , visto que no seu blog o sr.Alberto Faleiros era casada com Mariana Osoria faleiros, filha de Manoel Gonçalves Monteiro e Maria theodora Faleiros Monteiro que por sinal são meus Bisavós.Sou neto de Olga Monteiro dos Reis e irmã de Mariana Osoria Faleiros. Gostaria de Participar de seu Blog com uma Foto Original de Manoel Gonçalves Monteiro e Maria Theodora Faleiros Monteiro.Grato pela atenção, marcelo

Anônimo disse...

Olá , visto que no seu blog o sr.Alberto Faleiros era casada com Mariana Osoria faleiros, filha de Manoel Gonçalves Monteiro e Maria theodora Faleiros Monteiro que por sinal são meus Bisavós.Sou neto de Olga Monteiro dos Reis e irmã de Mariana Osoria Faleiros. Gostaria de Participar de seu Blog com uma Foto Original de Manoel Gonçalves Monteiro e Maria Theodora Faleiros Monteiro.Grato pela atenção, marcelo

lfaleiros disse...

Olá, Marcelo, será um prazer ter uma foto de seus bisavós em nosso Blog, que não é só meu, mas de toda a FAMÍLIA. Espero também a sua colaboração e de outros parentes com outros dados e fotos que tiverem. Foi muito bom saber que este Blog tem recebido visitas de familiares. Espero seu contato. Obrigada pelo interesse.

lfaleiros disse...

Obrigada pelo interesse. lfaleiros

lfaleiros disse...

Obrigada pelo interesse. lfaleiros